
A Malária é conhecida por ser uma parasitose de grande importância global, que chega a atingir centenas de milhões de pessoas nas regiões tropicais e subtropicais, responsável também por milhões de mortes. Hipócrates teria sido o primeiro a descrever os seus sintomas característicos, que consistem de febres fequentes e intermitentes acompanhadas de sudorese e calafrios. Séculos mais a frente (final do século XIX) foram descobertos os estágios de infecção sanguínea e a ligação entre o parasita, o inseto vetor e os humanos. A doença atinge principalmente países da América do Sul, incluindo o Brasil, boa parte dos países africanos e países da Ásia, tais como o Afeganistão e Paquistão.
Agente Etiológico da Malária
- Sub-reino: Protozoa
- Filo: Apicomplexa
- Família: Plasmodiidae
- Gênero: Plasmodium

Os protozoários do gênero Plasmodium são células eucarióticas que evoluíram de modo a serem capazes de sobreviver e se desenvolver no interior de outra célula. Embora alguns possam ser destruídos por anticorpos e por macrófagos, possuem eficientes mecanismos para evadir a resposta imune do hospedeiro. A relação parasita-célula hospedeira é a base para o desenvolvimento da infecção e, consequentemente, o surgimento das manifestações clínicas. O parasita inicialmente necessita reconhecer a célula hospedeira, aderir à sua membrana e iniciasr os eventos de invasão. Nestes processos são fundamentais as secreções de 3 organelas: Róptrias, micronemas e grânulos densos. Também é essencial o complexo sistema apical de microtúbulos conhecido como conóide, que promove o movimento durante a invasão celular. Ocorre a formação de um vacúolo parasitóforo quando o parasita já se encontra presente no interior da célula hospedeira.
A espécie P. falciparum é capaz de induzir protusões nas células vermelhas sangüíneas, que são denominadas "Knobs" (figura ao lado). Estes contribuem para a aderência das células infectadas nas paredes endoteliais dos vasos. O acúmulo de eritrócitos infectados no endotélio capilar ou entre outros eritrócitos pode causar obstrução do fluxo sanguíneo. Este fenômeno está frequentemente associada com a forma mais grave da malária, a malária cerebral.
Manifestações Clínicas da Malária
Os sintomas iniciais são caracterizados por mal estar, cefaléia, cansaço e precedem a típica febre da malária. No momento que coincide com a ruptura das hemécias, em geral, ocorre calafrios e sudorese, seguida por uma fase de febre que pode chegar à temperatura de 41 graus Celsius. Esta febre diminui após um período de 2-6 horas e o paciente apresente sudorese e fraqueza intensa. Após o período inicial, a febre passa a ter um caráter intermitente, relacionado com o tempo de ruptura de uma certa quantidade de hemácias contendo parasitas. Os acessos maláricos são geralmente acompanhados de intensa debilidade física, náuseas, vômitos e o paciente se apresenta pálido. A anemia é frequente, sendo mais intensa nas infecções causadas pela espécie P. falciparum.
Adultos com o sistema imune debilitado, crianças e gestantes estão sujeitos às manifestações mais graves da infecção, podendo ser fatal caso o protozoário seja o P. falciparum. As complicações relacionadas com o mais severo prognóstico da doença, são caracterizadas pelas seguintes formas clínicas: Malária cerebral, icterícia, hemoglobinúria, hipoglicemia, insuficiência renal aguda e edema pulmonar aguda.
Inseto Vetor
Os insetos transmissores do parasita da malária são pertencentes da ordem Diptera, família Culicidae e gênero Anopheles. No Brasil, 5 espécies são consideradas os principais vetores: A. darlingi; A. albitarsis; A. aquasalis; A. cruzi e A. bellator. A maioria destes mosquitos tem hábitos crepusculares ou noturnos. Ao realizarem a hematofagia, as fêmeas se infectam podendo infectar outros hospedeiros em potencial posteriormente.
Diagnóstico, Tratamento e Profilaxia
O Diagnóstico da malária pode ser realizado pelo método da gota espessa ou pelo esfregaço sanguíneo, onde através da coloração com azul de metileno e Giemsa pode ser feita a visualização de parasitas ao microscópio óptico. A reação de polimerase em cadeia (PCR) também pode ser utilizada com grande eficácia. As drogas utilizadas no combate à malária são: O quinino, a cloroquina, amodiaquina, mefloquina, entre outras. As medidas profiláticas compreendem a proteção individual, principalmente em áreas de risco; combate de insetos vetores e suas larvas através de inseticidas e larvicidas, respectivamente. A quimioprofilaxia pode ser recomendada para viajantes que se deslocam para áreas de risco, através da administração de fármacos tais como a mefloquina. Muito é pesquisado a respeito de uma vacina eficaz contra a malária e acredita-se que possa estar disponível nos próximos anos.Encerraremos a postagem com um vídeo onde é apresentado o ciclo do parasita:
Agente Etiológico da Malária

- Filo: Apicomplexa
- Classe: Aconoidasida
- Ordem: Haemosporida- Família: Plasmodiidae
- Gênero: Plasmodium
O agente causador da malária são protozoários parasitas do gênero Plasmodium. Na doença humana, 4 principais espécies estão envolvidas: são elas: P. malariae; P. vivax; P. ovale e P. falciparum, sendo esta última responsável pela forma mais agressiva da malária sendo também, a espécie mais resistente à drogas quimioterapêuticas. Na figura ao lado, temos as formas principais, esporozoítos (A) e merozoítos (B) do parasita. Estes protozoários utilizam fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles como insetos vetores. O ciclo de vida do Plasmodium necessita obrigatoriamente do ambiente intracelular para a sua disseminação. O ciclo tem início quando o mosquito vetor, durante o repasto sanguíneo, inoculam as formas infectantes do parasita (esporozoítos) no hospedeiro (no caso, o homem). Os esporozoítos migram para o fígado e invadem células conhecidas como hepatócitos. Os eventos de replicação que ocorrem nestas células hepáticas variam de acordo com a espécie de Plasmodium, mas culminam com a geração das formas denominadas merozoítos, que são liberados na circulação sanguínea.
No sangue, os merozoítos invadem as hemáceas (eritrócitos), se diferenciam em uma forma chamada trofozoíto. Este se divide assexuadamente para gerar novos merozoítos, que são liberados pela ruptura das hemáceas. Esta liberação produsz os surtos de febre caracteristicos da doença. Algumas divisões no interior das células podem gerar gametas masculinos (microgametas) e femininos (macrogametas). Em um novo repasto sanguíneo, o vetor pode ingerir estes gametas. No inseto ocorre a fertilização formando um zigoto pouco móvel, que após um período de 18-24 horas se torna mais alongado e adquire maior motilidade,uma forma conhecida como o oocineto. Estes escapan do intestino médio, e, após sucessivas divisões, dão origem a grande número de esporozítos, que migram para as glândulas salivares do mosquito e podem ser transmitidos para novos hospedeiros . A figura abaixo esquematiza o cliclo do parasita (clique na figura para vê-la em tamanho maior)
No sangue, os merozoítos invadem as hemáceas (eritrócitos), se diferenciam em uma forma chamada trofozoíto. Este se divide assexuadamente para gerar novos merozoítos, que são liberados pela ruptura das hemáceas. Esta liberação produsz os surtos de febre caracteristicos da doença. Algumas divisões no interior das células podem gerar gametas masculinos (microgametas) e femininos (macrogametas). Em um novo repasto sanguíneo, o vetor pode ingerir estes gametas. No inseto ocorre a fertilização formando um zigoto pouco móvel, que após um período de 18-24 horas se torna mais alongado e adquire maior motilidade,uma forma conhecida como o oocineto. Estes escapan do intestino médio, e, após sucessivas divisões, dão origem a grande número de esporozítos, que migram para as glândulas salivares do mosquito e podem ser transmitidos para novos hospedeiros . A figura abaixo esquematiza o cliclo do parasita (clique na figura para vê-la em tamanho maior)

Os protozoários do gênero Plasmodium são células eucarióticas que evoluíram de modo a serem capazes de sobreviver e se desenvolver no interior de outra célula. Embora alguns possam ser destruídos por anticorpos e por macrófagos, possuem eficientes mecanismos para evadir a resposta imune do hospedeiro. A relação parasita-célula hospedeira é a base para o desenvolvimento da infecção e, consequentemente, o surgimento das manifestações clínicas. O parasita inicialmente necessita reconhecer a célula hospedeira, aderir à sua membrana e iniciasr os eventos de invasão. Nestes processos são fundamentais as secreções de 3 organelas: Róptrias, micronemas e grânulos densos. Também é essencial o complexo sistema apical de microtúbulos conhecido como conóide, que promove o movimento durante a invasão celular. Ocorre a formação de um vacúolo parasitóforo quando o parasita já se encontra presente no interior da célula hospedeira.

Manifestações Clínicas da Malária
Os sintomas iniciais são caracterizados por mal estar, cefaléia, cansaço e precedem a típica febre da malária. No momento que coincide com a ruptura das hemécias, em geral, ocorre calafrios e sudorese, seguida por uma fase de febre que pode chegar à temperatura de 41 graus Celsius. Esta febre diminui após um período de 2-6 horas e o paciente apresente sudorese e fraqueza intensa. Após o período inicial, a febre passa a ter um caráter intermitente, relacionado com o tempo de ruptura de uma certa quantidade de hemácias contendo parasitas. Os acessos maláricos são geralmente acompanhados de intensa debilidade física, náuseas, vômitos e o paciente se apresenta pálido. A anemia é frequente, sendo mais intensa nas infecções causadas pela espécie P. falciparum.
Adultos com o sistema imune debilitado, crianças e gestantes estão sujeitos às manifestações mais graves da infecção, podendo ser fatal caso o protozoário seja o P. falciparum. As complicações relacionadas com o mais severo prognóstico da doença, são caracterizadas pelas seguintes formas clínicas: Malária cerebral, icterícia, hemoglobinúria, hipoglicemia, insuficiência renal aguda e edema pulmonar aguda.
Inseto Vetor

Diagnóstico, Tratamento e Profilaxia
O Diagnóstico da malária pode ser realizado pelo método da gota espessa ou pelo esfregaço sanguíneo, onde através da coloração com azul de metileno e Giemsa pode ser feita a visualização de parasitas ao microscópio óptico. A reação de polimerase em cadeia (PCR) também pode ser utilizada com grande eficácia. As drogas utilizadas no combate à malária são: O quinino, a cloroquina, amodiaquina, mefloquina, entre outras. As medidas profiláticas compreendem a proteção individual, principalmente em áreas de risco; combate de insetos vetores e suas larvas através de inseticidas e larvicidas, respectivamente. A quimioprofilaxia pode ser recomendada para viajantes que se deslocam para áreas de risco, através da administração de fármacos tais como a mefloquina. Muito é pesquisado a respeito de uma vacina eficaz contra a malária e acredita-se que possa estar disponível nos próximos anos.Encerraremos a postagem com um vídeo onde é apresentado o ciclo do parasita:
Referências e Sugestões de Leitura
- Neves et al.,Parasitologia Humana, 11a edição, ed. Atheneu
-Hisaeda et al., Malaria: Immune evasion by parasites. The International Journal of Biochemistry & Cell Biology 37: 700–706 (2005).
- Mosquitos Anopheles:
http://www.cdc.gov/Malaria/biology/mosquito/
- Malária:
http://en.wikipedia.org/wiki/Malaria
http://ftp.iza.org/dp2997.pdf
-Anemia Falciforme e Resistência à Malária:
https://www.23andme.com/health/Sickle-Cell-Anemia-Malaria-Resistance/
[ ]´s
- Mosquitos Anopheles:
http://www.cdc.gov/Malaria/biology/mosquito/
- Malária:
http://en.wikipedia.org/wiki/Malaria
http://ftp.iza.org/dp2997.pdf
-Anemia Falciforme e Resistência à Malária:
https://www.23andme.com/health/Sickle-Cell-Anemia-Malaria-Resistance/
[ ]´s
Gostei muito do vídeo, pena que é em inglês (:
ResponderExcluirGostei do resumo sobre a Malária, parabéns.
ResponderExcluirO vídeo é espetacular.
Obrigado!
Soy de México y este trabajo me encantó, es información clara y didáctica. Gracias.
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